quinta-feira, maio 22

Ruas
Por que temos a tendência de escolher um caminho e usá-lo repetidamente? Quando eu estava na quinta-série, mudei-me de cidade. Logo de início, aprendi um caminho para ir para a aula. Pela rua do Central era tranquilo. E por este caminho segui os quatro anos em que estudei lá. Afinal, este era o mais fácil. Espera aí! Mas como eu posso dizer que era mais fácil se eu não experimentei outros? Hoje, analisando friamente, considero que a Amaral Peixoto sempre foi mais agradável de se caminhar do que a rua do Central. Mas eu sempre fui pela rua do Central.

A vida está aí cheia de ruas. A gente escolhe uma pra caminhar e mete bronca. Às vezes, ter que desviar desse caminho parece doloroso. Às vezes parece que estamos dando volta. Só quando a gente sai da rua preferida e avista um entroncamento com várias outras ruas que levam ao mesmo lugar é que a gente percebe que nunca vamos ficar agarrados num beco sem saída. E aí a gente começa a descobrir novidades nestas ruas. Novas flores, novas árvores, uma sombra fresquinha.

É aí que nós descobrimos que não precisamos da rua do Central, precisamos de sabedoria para enxergar o caminho e serenidade para seguí-lo.

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